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Em visita à Assembleia, Damasceno conta que governo estudava nova tecnologia para cobrança fracionada, antes do fim do pedágio na Rodosol

2 de maio de 2023

Secretário afirmou que o governo avaliava empregar o free flow (fluxo livre), em que o motorista pagaria por quilômetro rodado

O secretário de Estado da Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, passou pela Assembleia Legislativa em maio do ano passado (2023) e informou ao deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), presidente da Comissão Especial de Fiscalização da BR-101, BR-262 e da Rodovia do Sol, que o governo do estado estudava empregar um novo sistema conhecido como free flow (fluxo livre), em que o pedágio é cobrado de forma fracionada, de acordo com a quantidade de quilômetros rodados.

Damasceno afirmou que o equipamento foi empregado até agora em São Paulo, estava sendo analisado e poderia ser usado na nova concessão do sistema Rodovia do Sol, antes de ser encerrado. “Essa tecnologia permite que, com a placa do carro, seja possível fazer um outro tipo de cobrança. É uma espécie de pedágio virtual”, explicou.

O secretário ainda contou com a ajuda do diretor-presidente da Rodosol, Geraldo Dadalto, que também participou da reunião e deu mais detalhes.  “Com o novo sistema, é possível encontrar soluções de fidelidade. Os usuários locais, os mais frequentes, são beneficiados. O sistema é todo automatizado. Não há mais cabine manual. Com o free flow, o motorista paga por quilômetro rodado. Quem percorre trecho maior, paga mais. Quem anda menos, paga menos”, contou Dadalto.

Na época, o valor do pedágio para motocicletas e carros na ponte era de R$ 1,40 e R$ 2,80, respectivamente. Já em Guarapari as motos pagavam R$ 6,30 e os automóveis R$ 12,60. Atualmente, o pedágio foi encerrado e não há nenhuma cobrança de tarifas.

A informação sobre o possível uso de uma nova tecnologia foi divulgada após os presidentes das associações de moradores de Village do Sol, Recanto da Sereia e Ponta da Fruta, além de diversos moradores dos bairros de Guarapari e Vila Velha, terem feito reclamações pelo fato de terem de pagar o pedágio para circular dentro do mesmo município, além da burocracia para ter acesso à isenção. Gandini também passou por esses locais em busca do fim do pedágio, onde escutou os moradores para atender às suas reivindicações.

Além disso, Geraldo Dadalto, diretor-presidente da Rodosol, informou que a empresa entregou o inventário com a documentação sobre o cenário da Rodovia do Sol e da 3ª Ponte e surpreendeu ao falar que existe um desequilíbrio financeiro, em favor da Rodosol. O representante não deu detalhes sobre esse desequilíbrio.

Foto: JV Andrade. Geraldo Dadalto, diretor-presidente da Rodosol, explicou como funciona o sistema free flow (fluxo livre).

Já o deputado, por sua vez, pediu que caso o novo modelo fosse instaurado, que sejam abarcadas as reclamações dos moradores dos bairros vizinhos à praça de pedágio.  “O estado tem competência para assumir ali. É uma rodovia que será deixada em boas condições. Vamos deixar aquela região sem pedágio. Já pagamos muito imposto. Já tem IPVA, parquímetro… É preciso sentir o ‘calor da panela’, o que os moradores estão sentindo. Sentir a dor de quem está naquele entorno”, declarou, acerca da injustiça com o fato dos moradores locais terem de pagar o pedágio para percorrer pequenas distâncias no mesmo município.

No dia 22 dezembro de 2023, após 34 anos, o pedágio foi encerrado na Rodovia do Sol. Com o fim da concessão, a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb) assumiu a gestão da via.